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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Limão com Mel.


Mais um belo dia de Sol na cidade do Rio de Janeiro. 36° é o que diz a TV, mas a sensação térmica era de Quase-Inferno°.
Não havia muito o que fazer, já que ficar no computador ou ler algum livro se tornava tão agradável quanto estar de bikini no Pólo Norte.
Decidi ir pro local mais arejado do meu apartamento que é a varanda. Ali, o Sol, apesar de forte, era gostoso quando misturado com uma brisa tímida, porém aliviadora que vinha das árvores da casa vizinha.
Sentei em uma das cadeiras de vime que bravamente resistiam ao tempo e ao clima durante todos esses anos, e aproveitei aquela sensação. Sol e brisa. Quente e refrescante. Único. Agradável. Irresístivel.
Ao me deparar com os contrastes da sensação sobre a minha pele, brevemente me esqueci de todas as condições climáticas do dia.Minha mente voou. Pra longe.
Sempre gostei de constrastes. Limão com mel, estampa de zebra, praia em dia chuvoso..enfim, quase todas as coisas que fossem conflitantes e  ao mesmo tempo complementares. Tornando assim,aquelas coisas especiais.
E esse meu gosto não muda quando se trata de pessoas. Não qualquer pessoa, mas aquela pessoa sabe? Aquela pessoa que você pensa quando sua mente se esvazia. É, você me entendeu.
Constraste é atraente, instigador, e na falta de palavra melhor..sexy. Conquista. Simplesmente conquista, sem aviso prévio ou quaisquer chance de reembolso. Você se vê envolvida naquele constraste todo. Quando é tratada com uma quase frieza, mas não a ponto de magoar, você quer conquistar o lado carinhoso. E quando se é tratada com carinho, derrete-se em imediato já que demonstrações de carinho por parte dele são tão raras, que quando acontecessem são assim, de tirar o fôlego mesmo.
Até aquela pequena dúvida que você carrega em relação a veracidade do que ele diz pra você é de certa forma gostosa. Te faz querer saber mais, conquistar mais, faz você se empenhar.
E tudo que me causa empenho,se torna bom demais pra mim. Porque depois que se é conquistado, alcança o objetivo..é como ganhar uma corrida de fórmula 1 em primeiro lugar, tendo como carro um fusquinha.
"Conquistado". É disso que se trata, a bela e infelizmente curta, fase da conquista. Quando tudo é único, agradável e irresistível..assim como o Sol misturado com a brisa.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

1,2, 3 e vai.

Se joga. Pula. Começa. Corre. A-c-r-e-d-i-t-a. Parece bobeira, mas nós aprendemos a confiar em nós mesmos,  desde bem pequenininhos. Lembro-me de ter uns 5 anos e dar meu primeiro pulo na piscina sozinha. Eu já havia aprendido a nadar, mas pular sozinha, eu nunca tinha feito. Mas pulei. Acreditei que ia dar certo, que eu ia conseguir voltar a superfície e voltar a nadar. Acreditei em mim, no meu potencial.
Lembro também da clássica tirada das rodinhas sobressalentes da bicicleta, que serviam para o meu apoio. Eu disse pro meu pai que queria tirar as rodinhas, porque eu conseguia andar sem elas. Acreditei em mim, no meu potencial.
Conforme minha idade foi avançando, eu não consigo mais me lembrar com facilidade de momentos de plena auto-confiança como estes. Simplesmente começam a aparecer aquelas memórias da indecisão da escolha de uma roupa...ou de uma atitude. Porque isso acontecia? Porque a minha auto-confiança foi se degradando conforme minha idade avançava? Será que é porque eu simplesmente passei a me importar com as condições? Parei de olhar para o meu potencial e passei a ver quanto era o meu potencial pela visão dos outros? Provavelmente.
Ou talvez seja apenas uma coincidência. Mas cada dia mais que vivo, percebo que as coincidências na verdade não existem. De fato, a perca da confiança foi algo que acabou mudando as minhas perspectivas, até mesmo os meus sonhos. Aos 10 eu sonhava ser médica, acreditava que poderia mudar o mundo curando as pessoas. E hoje..até mesmo pensar em me tornar uma jornalista me causa uma pontinha dolorida na boca do estômago, com medo de que essa não seja a escolha certa.
Indecisão. A melhor amiga da falta de confiança. Caminhando lado a lado, estreitando suas oportunidades, e abafando tudo que sai da zona de conforto, de possível.
Sem querer ter um sintoma da crise de Peter Pan, eu estou com medo de crescer. Porque a tendência é que essa auto confiança se esvaia cada vez mais, e eu acabe com essa vidinha monótona, comum, possível.
Eu gosto do impossível. Sempre gostei. Gosto de desafios, de arriscar, de perder o fôlego e depois respirar fundo..talvez, em momentos breves, a confiança daquela menina de 5 anos me domina. E manter essa confiança, é o segredo do meu futuro sucesso.

Conjugando verbos.

Eu esqueço, tu esqueces, ele esquece,  nós esquecemos , vós esqueceis, eles esquecem. - Repetiria essa conjugação milhões de vezes no meu caderno se de fato ela adiantasse de algo. Mesmo sabendo de quão falha essa técnica de repetição é, eu insisto em fazê-la pelo menos mentalmente.
Acontece que quando deparamos com a realidade, vemos as marcas das nossas ações,reações, conclusões..estas, estão marcadas com tinta preta naquele livro velho que adoro abrir chamado "Passado".
Tinta que não é lavável e a prova de qualquer corretivo inovador do mercado. Agora, aqueles outros fatores como, os erros, as decepções, as mágoas, os sentimentos.. estão escritos com tinta vermelho-sangue. Tornando impossível a tarefa de passar despercebido por eles.
Eu lembro. E não interessa se tu ou ele esqueceram. Eu tenho gravado em mim cada palavra que me magoou, cada erro que eu cometi, cada bom momento que eu vivi..e essas lembranças corroem.
Porque se formos parar pra pensar, lembrança não é lá algo muito bom.. porque te faz ter saudade. E saudade só é gostoso, quando você sabe que em breve - ou não tão breve assim - vai reviver o momento ou a pessoa que te faz sentir isso. Agora quando se tem lembranças, de algo que não dá pra voltar atrás, nem refazer, nem mudar, nem esquecer...é sufocante.
Neste Natal, já sei o que pedirei. Uma boa dose de esquecimento..mas que seja uma dose duradoura, se possível, de efeito prolongado.