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quarta-feira, 16 de março de 2011

Chove Chuva.

Essa noite eu me peguei olhando pela janela. Chovia bastante,mas não de modo pertubador,e sim ,de uma maneira quase revitalizante.
Já passava das 23h,mas mesmo assim,debrucei-me sobre o parapeito da janela e observei mais de perto.
A chuva caia e molhava tudo ao meu redor. As casas e apartamentos - uns com suas luzes acesas,outros já apagadas - pareciam estar em perfeita harmonia com o clima daquela noite.
A luz que vinha dos postes,prestigiava apenas algumas partes do asfalto,transformando a rua em um ambiente com uma iluminação tão perfeita,que poucos decoradores conseguiriam a proeza de reproduzi-la.
Depois de analisar o asfalto molhado,meu olhar subiu,passando pelas árvores que pareciam negras devido a baixa iluminação,e finalmente chegando ao céu..que estava todo em um pseudo-roxo monocromático. Admirei-o. Tão simples,e tão simplesmente perfeito em toda sua simples simplicidade.
Olhei por mais tempo,e percebi a Lua. Reluzente e solitária. Parecia fitar a Terra com um ar superior,e ao mesmo tempo gentil. Contemplei-a.
Apaguei a luz do meu quarto e permaneci com a janela aberta. Coloquei a televisão no mudo,e voltei a imagem viva que estava ali,tão perto de mim. Sem precisar de uma antena parabólica,ou uma assinatura paga pra isso.
Alguns pingos de chuva caíram sobre meu rosto,e a brisa gelada,veio de encontro a mim.
Então,senti. Senti aquilo que já estou quase acostumada. Não sei se foi a Lua,a chuva,a luz emitida pelos postes,a brisa gelada..não sei o que de fato,mas algo me fez lembrar daquele meu sentimento particular.
Esse sentimento não é por alguém. Acho que é mais por mim. É aquela velha mistura de frustações,fracassos,esperanças,lembranças..aquela misturinha que eu chamo de amargura.
Voltei a olhar pra Lua. E a vi,sozinha. Perdida. E me identifiquei. Me encontro da mesma forma,mas sem tanto brilho,sem reluzir.
Porém, nunca se sabe quando a situação pode mudar. Pessoas vem assim como a chuva.. a gente nunca espera.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Uma casinha pacata.

Talvez em algum lugar como Sana,aqui no Rio de Janeiro.Ou na Rússia. Tanto faz o lugar,o que menos me interessa é o número populacional,a taxa de mortalidade,e o nível de chuvas da região.
Teríamos um belo,e pequeno jardim. Com uma bela vista para as montanhas,poderíamos admirar as estrelas quando a noite chegasse..dali mesmo,do nosso quintal.
O ar seria tão puro,que seria possível sentir o aroma das flores sem ao menos ter que arrancá-las de suas raízes.
O cachorro dormiria perto do pé da mesa de jantar,enquanto eu prepararia o almoço de domingo. Você estaria na sala,assistindo o noticiário que passaria alguma reportagem qualquer.
Depois poderíamos sair pra dar uma volta..talvez em alguma praça. O tempo estaria frio,e você me cederia gentilmente a sua jaqueta. E assim poderíamos contemplar..tudo que nós um dia desejamos,se tornando real.

terça-feira, 8 de março de 2011

Enterrando zumbis.

Uma pequena voz ecoa na minha cabeça e uma musiquinha nada acolhedora a acompanha.Então,a porta começa a ranger e sinto um frio na espinha...

Tá. Não é isso tudo não,mas o drama também não é pequeno. Eu sempre tive o incrível hábito de não saber dar pontos finais. As frases/situações/pessoas ficam lá com uma vírgula,ou uma reticência em seu aparente fim,e como tudo que é inacabado..isso não dá muito certo.
Essas coisinhas sem término ficam martelando na minha cabeça até  me dar uma dor de cabeça tremenda e acabar com meu humor. E essas coisinhas se tornam ainda piores,quando existem sentimentos nelas.
Quando você acha que finalmente conseguiu dá o pontinho final tão necessário..um filme,ou um cheiro,ou qualquer outra coisa ,te lembra aquela situação mal resolvida. E aí danou-se né. 
Você começa a achar que ainda sente o que sentia por aquela pessoa,aí tem vontade de voltar no tempo,aí você fica vivendo num estado nostálgico nada agradável. 
Essas pessoas acabam virando zumbis. Pois elas já não fazem mais parte da sua vida,então habitam o imaginário e o passado. E elas ficam lá,assombrando sua já tão ocupada cabecinha.
Logo,pensei em uma solução. Pontos finais. Muitos pontos finais,e páginas viradas. Muitos livros fechados,e novos abertos. Não interessa se já faz tempo que houve a virada do ano. Eu vou passar a me renovar. E vai ser agora. Chega de passado..somos ainda tão jovens pra remoermos situações assim. Que criemos novas! Que vivamos de novo, de forma igual ou parecida..Vamos aproveitar! E deixar que esses zumbis voltem ao lugar de onde não deveriam ter saído..do passado.