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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Deve ser bom amar.

Deve ser bom acordar e ter certeza que você foi a primeira pessoa que alguém se lembrou ao fazer o mesmo. Deve ser bom poder beijar alguém e saber,que você é a única que ele gostaria de estar fazendo isso.
Deve ser bom abraçar e sentir que o mundo parou. Da forma literal. Não querer sair daquele abraço,sentir cada segundo,e apenas contemplar a companhia um do outro.
Diga-me você,pois eu não sei. Nem de longe,o que seria isso. E a cada dia que passa,temo estar perdendo tempo com quem não merecia. Temo desperdiçar o pouco do sentimento que consigo oferecer pra pessoas erradas. E de todo meu coração,morro de medo de nunca encontrar esse alguém.
Posso estar sendo antecipada em dizer algo tão drástico na altura da minha idade,mas tenho medo de ter 40 anos e não amar ninguém,e não ter sido amada. Tenho medo. Mas ao mesmo tempo,tenho a esperança,tenho aquela fé que muitos acham ridícula no amor. Acredito que existe alguém pra mim. Assim como existe pra todo mundo - ou quase todo mundo.
E esse alguém,também pode estar sentindo o mesmo que eu. Agora,só falta encontrá-lo. E poder acordar tendo certeza que eu fui a primeira pessoa que ele pensou quando acordou. Poder beijá-lo e saber que eu sou a única que ele gostaria de estar beijando. Poder abraçá-lo e sentir que o mundo parou. E poder dizer,um 'Eu te amo' que vem do mais profundo da minha alma. E poder dizer pra todo mundo,que eu sou feliz,porque tenho um amor.

Tudo novo,de novo.

Hora de recomeçar. É o que o ano novo nos remete. E isso dá início a uma série de pensamentos, e as clássicas ''Retrospectivas 2010''.
Aliás,quantas coisas aconteceram. Quantas tragédias naturais,pessoas sobrevivendo em circustâncias drásticas,celebridades aparecendo,outras morrendo.Quantas mortes,quantos nascimentos,quantos acontecimentos. Mas e em nossas vidas? O que fizemos nesses 10 anos? Aproveitamos cada segundo? Digo por mim mesma que não.
Eu nunca dei muito valor as tradições que muitos dão no ano novo. Na verdade,penso no ano novo de uma forma muito prática.
É apenas um dia como outro qualquer. O calendário que diz que o ano está acabando,mas se não houver uma mudança dentro de você  tudo permanece exatamente como era no ano que se passou.
Então,pule sete ondinhas,coma lentilhas e nozes para dar sorte,mas não esqueça,que para o ano ser melhor,você tem que querer -e ser - uma pessoa melhor.
Comemore com os amigos,abrace,e diga o quanto eles são importantes pra você. E o quanto você os quer no ano que virá.
Peça perdão. É uma das melhores formas de começar algo novo,com a consciência limpa ,tudo segue mais fácil,e naturalmente.
Reveja o que você fez. Pense nos seus erros. E tente não cometê-los nos 365 novos dias que virão. Mas se por um acaso cometê-los,faça tudo de novo. Nunca é tarde pra começar um novo ano,mesmo que você esteja no meio de um.
No fim,o que importa não é a roupa branca pra ter paz,a calcinha rosa pra ter amor..e sim,suas atitudes. Vamos fazer um novo ano. E quem sabe,esse pode ser o melhor ano de nossas vidas.

FELIZ 2011! Faça valer a pena.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Em busca da perfeição.

Nós mulheres,sempre idealizamos um tipo perfeito de homem. Não adianta mentir. Todas nós temos um tipo certo que nos agrada,pode ser emocional,ou físico. E para as mais exigentes,os dois.
Temos a  petulante mania de comparar todos os homens que conhecemos a esse estereótipo. E por muitas vezes,mais vezes que imaginamos,dispensamos esse homem pelo ser imaginário de nossa mente.
Cheguei a essa conclusão,após uma conversa - se é que podemos chamar de conversa um monólogo - que tive com a minha mãe num típico sábado matinal. Não tão típico quanto eu achei que seria.
Acordei com o barulho alto da televisão,que parecia passar um comercial. Meu irmão,imagino. Vou no banheiro,escovo meus dentes,e fito meu reflexo no espelho por uma fração de segundo,saio do banheiro antes que eu comece um auto-bombardeio. Era muito cedo pra isso.
Fui andando pela sala,enquanto ouço o barulho de  panelas,pratos e copos. Chego a cozinha e reconheço a cena. Minha mãe lavando louça,e murmurando algo  ininteligível  pra si mesma.
Ela se vira e vê minha cara inexpressiva olhando pra ela.
- "Seu pai me tira do sério. Vou te falar,Marcelle. Quando tu for se casar,pensa bem..porque ficar aturando um monte de coisa durante anos não é pra qualquer uma não." - Ela disse isso como se tivesse dando um conselho de como deixar seu cabelo sedoso em pleno verão. Tão..naturalmente. Acho que ela não mediu as palavras que disse.
Olhei ,e única coisa que minha mãe obteve como resposta foi um aceno de cabeça, seguido por uma meia volta , e logo,só havia uma pessoa na cozinha de novo,a mesma que antes lavava a louça.
Fui pro meu quarto pensar. De novo. Porque raios minha mãe havia dito isso? Uma briga,provavelmente. Mas me dá um conselho desse logo em um dos dias que eu estou tão..frágil? Estou começando a perder todas minhas concepções do que o amor se trata. Sempre vi o casamento da minha mãe,como um modelo. Apesar de tão distintos,meus pais eram felizes. E era isso que eu queria pra mim. Havia brigas,como qualquer casal. Mas o que ela disse hoje,parecia que estava arrependida da decisão que tomou ao se casar com meu pai. 
                                         E isso,definitivamente eu não queria pra mim.
Decidi parar de pensar nisso,e ver um pouco de tv. Era sábado,não tinha quase nada que prestasse. Acabei vendo Forrest Gump,pela milésima vez. ( Ótimo filme por sinal.) Depois sai do quarto novamente,e encontro meu pai e minha mãe vendo tv abraçados no sofá. Como se nada tivesse acontecido.
Seria então,meu pai o padrão que minha mãe tinha quando era da minha idade? Seria ele os conceitos de homem perfeito que ela possuía? Posso afirmar que não. Meu pai fuma. Minha mãe odeia cigarro. Meu pai odeia festas. Minha mãe adora. Meu pai ama correr com o carro. Minha mãe odeia velocidade.  São tão opostos,mas ao mesmo tempo,tão..complementares um ao outro. E isso,era o que eu queria. Complementar. Não alguém igual,mas nem alguém tão diferente,apenas alguém que me completasse. Não da forma tola e vazia que tantas garotinhas de 13 anos que estão namorando espalham pelo seu orkut,dizendo que o seu namoradinho  a completa. Quero o completar na forma plena e literal. Mas,seria cedo demais pra pensar assim? 
Pois dificilmente eu encontrarei alguém de idade compatível com a minha que também pense assim. E quer saber? Em relação ao amor,as vezes é necessário fazer todas aquelas frases que escutamos de algumas mulheres quarentonas : '  Hoje eu vou chutar o balde! '  Por mais tolo que pareça,as vezes é necessário.
Isso me lembra uma frase que eu vi numa caneca quando fui numa lojinha de lembrançinhas em Minas. ' Enquanto não acho o certo,vou me divertindo com os errados!' E é isso ai. No meio dos errados,aparece um certo.
É necessário também,esquecer do homem perfeito,de alguém que te complete..e querer apenas alguém que te faça feliz. Nem que seja por um mês..ou por uma noite.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Morrendo por dentro.

Sempre achei essa uma das expressões mais clichês que poderiam ser utilizadas por um ser humano. E de fato,nunca a entendi. Sempre fui uma pessoa considerada feliz,e de bom humor constante.
Mas quase ninguém sabe a profunda dor que as vezes me invade. Parece arrancar minhas artérias,as puxando até fazer meu coração parar. Parece cortar meu peito como uma faca muito bem afiada. E é exatamente como eu me sinto.Morrendo por dentro,como se nada fosse bom o bastante pra poder me dar um sorriso sincero de novo.  Como se o mundo conspirasse contra a mim,como se ninguém de fato me amasse,como se minha falta não fosse sentida se por acaso eu morresse amanhã. Sinto vontade de chorar,de gritar,mas o meu corpo só me responde com uma falsa idéia de felicidade. Como um piloto automático,programado pra agradar os outros e não demonstrar nenhuma emoção.
É fácil dizer :  ' Não fica assim. ' Mas o ficar assim é tão profundo,intenso,tão devastador..que nem palavras saídas da boca das pessoas que mais te amam fazem essa dor passar.
E qual seria o motivo dessa dor tão cruel? Seria a ausência de alguém que eu nem ao menos conheço? Seria os grandes problemas que eu estou passando,e que ninguém,ninguém mesmo sabe? Não. É uma mistura de todos eles,e ao mesmo tempo,nenhum deles em si. Eu não sei qual é a causa disso,é tão repentino. Mas a parte boa,que assim como a dor vem do nada,ela também some rapidamente.
Como ela passa? Talvez ouvindo uma boa música,talvez abrindo seu coração pra alguém,ou talvez uma boa noite de sono. Pode ser também aquela sensação gostosa de sol na sua pele,uma brisa de um vento,qualquer fenômeno meteorológico pra te mostrar que você ainda continua viva.
Por mais que a dor tão devastadora te tire de si ,uma hora ela vai embora. E você volta a respirar,volta a sorrir,e o mais importante,volta a sentir.
E com o tempo,você percebe que alguém vai sentir sua falta se você não existisse mais amanhã. Alguém vai lembrar de você. Ninguém é tão mal a ponto de não cativar o amor de pelo menos uma pessoa. E se de fato,uma pessoa realmente te amar,vale a pena continuar respirando.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A melhor fase da sua vida.

Eu tenho o costume de ir ao salão de beleza fazer minhas unhas toda semana,e aquela semana não foi diferente. Bati o portão,e fui andando até meu salão de costume. Cheguei lá,me sentei onde minha manicure estava me esperando,e ela começou a fazer minhas unhas. Depois que ela terminou de tirar o esmalte do meu dedo mindinho,uma senhora entrou pela porta do salão.
Ela aparentava ter uns 78 anos,e vestia um colorido vestidinho florido. Ela estava com o braço engessado,mas suas feições não demonstrava nenhum tipo de dor. Ela se sentou a cadeira que estava do meu lado,e a outra manicure também pôs-se a fazer as unhas da simpática senhorinha.
Eu virei pra frente,e disse como eu queria minha unha aquele dia. - pelo que eu me lembre,eu pintei de vermelho madonna - e percebi que a senhora do meu lado olhava pra mim. Olhei pra ela ,e sorri. Acho que meu sorriso foi convidativo,pois ela começou uma simples conversa comigo.
- Muito bonita a cor do seu esmalte. - Ela disse enquanto mexia na bolsinha que ela carregava. Ela tirou umas fotos de dentro da bolsa,e começou a me mostrar.
- Essa aqui é minha neta Gabriella,ela tem 17 anos! Quantos anos você tem?
- Eu tenho quinze - Peguei a foto e vi a Gabriella. - Ela é muito bonita.
- Ah quinze anos! A melhor fase da vida,aproveita bastante. - Eu sorri,e concordei com ela.
A senhora continuou me contando toda a história da vida dela,sobre como conheceu seu marido na década de 70,da vida de todos os seus netos - Além da Gabriella,tinham mais 6. - E nisso,eu já tinha terminado de fazer minhas unhas da mão e do pé. Então,me despedi da senhora e voltei pra casa.
Fiquei pensando no que ela me disse. " A melhor fase da sua vida,aproveita bastante " - A frase ecoava na minha cabeça,mais do que quando você vê um comercial mil vezes e a musiquinha corrói a sua mente até o dia seguinte.(Ex: Tang mudou dá pra perceber.)
Pensei,pensei e acabei não concordando com o que ela me disse. Ok. Adolescência é legal,você conhece os seus melhores amigos,o amor da sua vida,se diverte,sem responsabilidades ..acontece que nem com todo mundo é assim. Temos responsabilidades sim,temos problemas sim! As pessoas mais velhas parecem ignorar o fato de quão difícil é lidar com a preocupação que temos do futuro,os medos,as inseguranças..temos problemas demais também! Mas no fim,sempre sabemos como lidar com eles.
Então,conclui que a melhor fase da vida é a que nós estamos vivendo. Porque ninguém vive de passado. A melhor fase da vida é acordar todos os dias,poder viver,poder sentir! Hoje pode ser o melhor dia da sua vida,só depende de você - e de 81209381983 outros fatores,mas você é o principal deles.-  Então,eu vou aproveitar minha adolescência sim,assim como aproveitei minha infância,e como irei aproveitar minha ''adultice'' e minha velhice. Porque hoje,é a melhor fase da  minha vida. E amanhã,tudo pode mudar.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Antibiótico.

- Eu preciso te dizer uma coisa - O rosto dele estava tão perto do meu,que conseguia sentir a velocidade da sua respiração. Mas não via seus traços nitidamente,parecia que estava encoberto por uma espécie de neblina,a única coisa nítida era a sua voz.
- Diz. - Minha voz fraquejou,saiu como se fosse apenas um sussurro. Não era a minha intenção,mas o nervosismo que corria nas minhas veias,a respiração dele tão perto da minha,acabou tirando todo meu foco.
- Eu não sou bom em demonstrar sentimentos. Não sei usar as palavras certas,muito menos agir corretamente. Então,direi em poucas palavras. - Ele respirou fundo,como se precisasse de coragem pra dizer o que vinha pela frente. Meus olhos estavam enchendo de lágrimas,e eu não sabia nem o motivo. O nervosismo que corria nas minhas veias,agora vinha misturado com ansiedade. Olhei pra ele,e o incentivei a continuar.
- Eu fui um completo idiota,e eu sei disso.Desde aquele dia,eu sabia que deveria ter te dito. Acontece,que desde a vez que a gente conversou a primeira vez,eu me encantei com você. Mas não tive a mínima coragem de te dizer isso.E o que eu mais queria,é que a gente ficasse juntos. Mas eu demorei demais..eu acabei perdendo todas as minhas chances. - Queria continuar sentindo o nervosismo correndo pelas minhas veias. Mas nem isso eu sentia agora. Parecia simplesmente que o sangue havia parado de circular. Eu estava gélida,enquanto meu coração parecia rasgar o tecido muscular que o revestia.
- Por..porque..você não disse isso antes?? - Não conseguia dizer absolutamente nada. Simplesmente o que eu mais desejei nos últimos dois anos estava acontecendo. Mas porque agora? Logo depois desses 2 anos esperando ele vem me dizer isso? Tentei passar a mão no rosto dele,mas o que senti não foi a barba mal feita dele. Era algo mais macio e quente.
Quando me dei conta,estava na minha cama. E o que eu segurava era meu cobertor.
Frustrada,mais uma vez. Como eu me senti. Sinto que em breve vou adquirir imunidade a esse sentimento. Assim como você adquire imunidade quando toma várias vezes o mesmo antibiótico,seu corpo se acostuma com isso.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Frankesteen's

Estava eu no meu quarto essa tarde. Estava estudando pra matemática. Derepente a monotonia foi tão grande,que eu resolvi futucar o meu armário. Fui com cautela,pois não saberia o que encontrar ali. Afinal,meu armário é similar a um buraco negro. Quando  algo é posto ali,de forma abrupta,nunca se sabe onde a tal coisa vai parar. Enfim,fui olhando uns livros do ano retrasado que estavam jogados atrás dos meus antigos albúns de figurinhas,quando achei uma Revista Capricho.
Sim. Uma revista capricho. Quando eu tinha uns 12 anos,eu era fissurada. Comprava todas,lia todas,vivia o que a Capricho dizia,Capricho era minha bíblia. E como já citei,quando eu tinha 12 anos eu era uma completa idiota.
Fui abrir a capricho,e dar uma lida. Abri a página e já se via milhares de matérias como ' Como conquistar o gatinho que você está afim ', 'Como ficar linda em 10 truques de make imperdíveis!'.  Continuei a folhear a revista.
Milhares de páginas,artigos e anúncios. Um com uma garota mais linda que a outra. E quando você lia a reportagem de como conquistar o tal gatinho ( Não o animal doméstico,o que tem duas patas,quer dizer,pernas.) a foto que ilustrava a matéria era de uma garota PERFEITA com um garoto PERFEITO.
Acorde  redação da capricho. As possíveis leitoras da capricho,não são garotas perfeitas. São pobres adolescentes,como eu,que são meras mortais. Tem seus problemas físicos e emocionais. Acorde,não nos force a sermos perfeitos com uma diquinha de moda lixo que vocês fornecem. Rá,uma saia perfeita da Cavalera por 480 reais. Além de não ser perfeita como as modelos que vocês utilizam nas fotos,eu também não sou rica.
Ok. Isso não é uma revolta contra a Capricho. Pois admito que existem ótimos colunistas lá,como a Liliane Prata,e o Antônio Prata. E até mesmo a Meg Cabot,que já escreveu pra lá.
A grande revolta não é contra a Capricho. A revolta é contra nós,contra a nossa sociedade. Que é tão influenciável,e volúvel que se deixa levar pelas chamadas ''Tendências.''
Ok,não vou ser hipócrita. Eu gosto  de me vestir bem,me arrumar,fazer minhas unhas,mas eu não vivo pra isso. Eu sei viver sem isso,as pessoas hoje em dia,vivem em função do que a moda dita! Acordem,moda era pra ser algo individual! Não uma espécie de padrão que seguimos e ficamos todos iguaiszinhos seguindo a tendência. Pobres zumbis do século 21. Tanto dinheiro sobrando,tanta tendência. E quanta falta de conteúdo.
Fiquei refletindo sobre isso enquanto fechava a revista sobre o meu colo,e olhava a televisão que passava um dos meus filmes preferidos. ''Little Miss Sunshine.'' Que retrata exatamente isso. A garotinha estava fora dos padrões de beleza do concurso,mas foi lá,e conseguiu fazer o que queria.Mostrou o que ela era,sua essência.E pelo menos em minha opinião,ela era infinitamente mais bonitas que aquelas garotinhas que pareciam robôs,e me lembravam vagamente a noiva do Chuck. A garotinha foi melhor,por ter sido ela.

E é isso que devemos buscar. Se arrumar bem,sim. Se cuidar,sim. E não se deixar  contaminar e acabar virando mais um do bando de adolescenteszinhos sem massa cinzenta alguma. Eu os chamo de Frankesteen's pois não passam de um corpo com um cérebro totalmente manipulado,e uma personalidade duvidosa,fantoches desse mercantilismo barato. E o que é mais triste,que todos somos tão jovens. Tínhamos tanto pra acrescentar a sociedade. Mas aliás,nunca é tarde,nem cedo,pra começar uma Revolução. Mesmo que seja apenas uma Revolução Interna.

"A moda sai de moda, o estilo jamais."
                Coco Chanel

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Insatisfação constante.

Em algum momento da sua vida,você já parou pra pensar : " Porque NUNCA nada tá bom o suficiente pra mim? " - Eu já parei pra pensar nisso mais do que uma pessoa normal pensa.
 Parece que eu não estou satisfeita com nada,que nada é o bastante,que eu sempre preciso melhorar. Por um lado,isso é bom. Mas por um lado,me consome. É aquela terrível mania de criar expectativas,de fazer planos.
Acho que é essa minha péssima habilidade de pensar em todas as coisas de um jeito cheio de unicórnios e arco-íris,e ao mesmo tempo,pensar em tudo tão cinzento e sem graça. Calma,vou explicar.
As vezes eu acho que tudo vai dar certo,mas ao mesmo tempo,tem algo dentro de mim,que diz que vai dar errado. E é o que acontece na maioria das vezes. E sabe porque acontece? Pelo meu medo. Por medo de dizer o que eu pensei na hora que aconteceu,de fazer o que eu queria ter feito na hora que aconteceu. E é por isso que eu levo essas surras da vida. Eu acabo aprendendo no erro. Eu sou de dormir na vontade,e não acordar arrependida.
E isso é tão ruim. Sinto que vou perdendo minhas chances,apenas pra blindar meu coração que já tá cansado de sofrer. As vezes,perco a esperança em tudo,nessa história de que todo mundo vai encontrar alguém e blá-blá-blá. Mas cinco minutos depois, meu coração já tá fazendo um mortal carpado e um giro 360 graus,por apenas pensar no nome de alguém. Que doidera. Bem que minha mãe diz que eu sou maluca.
Falando nisso,eu parei de frequentar minha psicóloga. Por que até pra ela,eu tenho medo de dizer o que eu quero dizer. Os meus principais problemas,quase ninguém sabe. Minhas inseguranças,meus medos,minhas neuras..são coisas que realmente só eu sei. E é por isso que eu deveria gostar um pouco mais de mim mesma.

Deveria,não disse que gosto. E isso ocorre devido a minha insatisfação,insatisfação com tudo! Que coisa irritante! Eu não poderia simplesmente ser feliz  com o que tenho? Que ânsia irritante de querer ter o que não se pode - ou pode - ter!

Minha insatisfação é tão grande,que por mais que eu conheça alguém que REALMENTE gosta de mim,que me faz feliz,que me entende, que é tudo que um dia eu já quis ter..eu  não gosto dessa pessoa. Isso é um indício de minha inteligência rara e minha constância em querer o impossível.
Ele tá ali,pra mim. De alguma forma está. E eu não o quero! E ele é tudo que um dia eu disse querer! Como isso é possível,meu Deus? Que insatisfação!
Além de ser frustrada por isso,acabo me sentindo tão,mas tão fútil. Me sinto tão ridícula. Tenho 15 anos nessa cara,vivo uma vida econômica agradável e to aqui reclamando de minhas insatisfações!
Insatisfação quem tem que ter é quem tem preocupações mais sérias,quem não tem dinheiro pra pagar suas contas. Insatisfação quem tem que ter são as milhares de crianças na África sem nenhuma condição social digna! E eu aqui reclamando de minha insatisfação comigo mesma.Nessas horas acabo vendo em mim,o que eu tão ridicularizo. Aquelas adolescentezinhas retardadas,que acham que o mundo gira ao redor delas.
Mas nesse momento,ele realmente parece girar. Eu não tenho culpa de me preocupar comigo mesma. Ou tenho?

Ame meus defeitos.

Pois minhas qualidades,até eu gosto. Ame o meu jeito escandoloso de rir, ame minhas crises de personalidade,ame até mesmo os dias em que eu o odiar. Ame o meu cabelo quando ele está bagunçado e sem brilho. Me ame até mesmo nos dias em que eu me odiar.
E é isso que eu procuro. Alguém que consiga reparar o que eu estou sentindo,apenas por me olhar. Que consiga me fazer gostar mais de mim mesma,pois ele gosta. E ele vai me mostrar o porque de gostar.
Mas no fim,é o que todos nós procuramos. Alguém que cuide de nós. Somos seres humanos,assim como nossas mães cuidaram de nós na infância,precisamos de alguém que compartilhe sua vida conosco.
E não me venha com esse racionalismo da solteirice. Já tentei vivê-lo. E acredite,uma hora você se sente sozinho.
E quando alguém for  capaz de amar o que nós mais odiamos em nós mesmos,poderemos dizer que somos plenamente felizes. Pois assim,nos amaremos mais também. Acordaremos mais felizes numa fria manhã de segunda-feira. Simplesmente por saber,que vai ouvir  um 'Bom dia' da pessoa que você mais ama. Mesmo que seja por telefone.Mas se todos nós tivéssemos essa chance..poucos são contemplados com isso. Muitos de nós,ignoramos a maioria das pessoas que passam por nós,e uma dessas pessoas pode ser a pessoa que mais te faria feliz no mundo.
Devemos prestar mais atenção. Devemos deixar de nos prender em parâmetros de beleza,de personalidade..que por experiência própria eu sei : A pessoa que você vai se apaixonar,não corresponde a nenhum quesito que você tinha antes de conhecê-la.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Doce verdade.

Não tem nada melhor que viver privilegiando a verdade,a razão. Assim,você se acostuma a controlar suas emoções,pensamentos e ações. Assim,você aprende a se tornar mais frio,e se acostumar com as decepções que insistem em te perseguir,e as pessoas que gostam de te magoar.
Ao privilegiar a verdade,você começa a não ter mais expectativas. Se baseia somente no racional,na questão de probabilidade. Afinal,tudo tem 50% (ou mais,ou menos) chances de dá certo ou errado. E quando você escolhe viver a verdade,você tem plena consciência disso.
Admiro quem consegue ser assim,por um lado. Mas eu não. Sou intensa em tudo que faço,que digo,que sinto. Sou extrema nos meus sentimentos. Amor e ódio parecem ser meus pés esquerdo e direito. Caminham juntos,se alternam,e as vezes tropeçam entre eles. Derramo muitas lágrimas,desperdiço muito os 70% de água no qual meu corpo é constituído. Me sinto um lixo,sem saber porque,e sem ter motivo. Sinto demais. E isso, me fere. Mais do que qualquer um pode imaginar.
Parece que eu vivo num mundo vazio. Onde pessoas mentem o que sentem. Pessoas magoam umas a outras,sem hesitar. Tem tantas pessoas a minha volta,e ao mesmo tempo,me sinto muito sozinha.
Continuo insistindo em coisas que não vão pra frente,continuo nessa espera excessiva,acabo esgotando todo meu estoque de otimismo. E logo após esgotá-lo,depois que o pinguinho de esperança que ainda existia em mim seca, uma velha amiga minha aparece. A frustração. Que por acaso,é melhor amiga da carência. E como vocês sabem,melhores amigas andam sempre juntas.

Momentâneo.

     As vezes eu acordo com uma sensação de que meu dia vai ser maravilhoso. Que irei acordar,passarinhos cantarão em minha janela,que os movéis da casa vão ganhar vida e dançar e cantar como nos filmes.
    Mas não. Não tem passarinhos da janela. Pelo menos,não na minha janela. Através dela,eu apenas vejo essa selva de concreto. Vejo prédios,vejo quartos,vejo asfalto. Vejo pessoas se cruzando na rua sem trocar nem um bom dia,muito menos um sorriso. Vejo as pessoas perdendo as grandes chances de suas vidas,apenas pelo medo de arriscar.
    Ao invés de passarinhos,escuto o som do meu despertador. É hora de acordar. Encarar. E viver. Mais um dia.
    Fico decepcionada pelo fato das coisas não terem acontecido do meu jeito. Mas por um lado,se tudo fosse igual ao meu pensamento,seria entediante e monótono. Uma hora,o canto dos pássaros ia me irritar. Uma hora eu teria vontade de socar os movéis dançarinos por praticarem todos os dias a mesma coreografia descoordenada.
   Percebo então,que isso que é a grande verdade. Uma hora,aquela piada perde a graça,aquela pessoa não te faz perder a cabeça,as coisas que antes te faziam perder o folêgo,passam despercebidas.
  24hrs. Mais 24hrs. O que fiz nesse tempo? Continuei esperando? Ou simplesmente resolvi mudar de foco,buscar coisas novas? A primeira opção sempre ganha quando a pessoa em questão sou eu. Gosto de esperar. Gosto de pensar que pra tudo tem um tempo,tudo acontece quando tem que acontecer. E se EU não fizer acontecer? Quem vai fazer? É hora de fazer o que quero. Dizer o que penso. E quem gostar de bater na mesma tecla,um dia vai quebrá-la. E junto,perde todas suas esperanças.É preciso ser forte,é preciso ter coragem.
 O máximo que pode acontecer,é eu perder tudo que estava em jogo. Mas e ai? Sempre vai ter outras opções. Nem todas as pessoas são iguais. Tudo,absolutamente  TUDO,uma hora passa.
  

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sem título.

Ontem antes de dormir,estava revendo as fórmulas de Matemática que usarei na  prova de segunda feira. Então decidi parar de tentar fazê-lo,já que estava ficando ansiosa. Quando coloquei a cabeça no travesseiro, deixei o peso sobre minhas pálpebras as fecharem.Então, esperei que a escuridão se transformasse em sono. Mas não aconteceu. Quando fechei os olhos,simplesmente me veio toda essa história na cabeça. Resultado : Fui dormir as 2h da manhã,pensando numa história desconexa,e estranha. Então,decidi postá-la aqui.
O que vou escrever não tem nenhum fato verídico. São histórias,personagens,e acontecimentos criados pela possível insônia que tive na noite passada.
Deixando claro que : ISSO NÃO TEM NADA A VER COM A MINHA VIDA.  Vamos lá então.
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Bip.Bip.Bip..
- Não. Não pode ser. Eu ainda estava aqui. O som do alarme me soava tão familiar. Era eu,na mesma vida,na mesma casa,no mesmo quarto,na mesma cama. Não podia ser. - Fechei meus olhos e esperei pelo sono eterno que busquei no último momento que eu me lembrava,o último momento em que eu estava lúcida.
Bip.Bip.Bip..
- NÃO! - Exclamei e sentei na minha cama. - a cama na qual me deitei e derramei minhas lágrimas inúmeras vezes. - Olhei pro teto,ele parecia rodar. O branco que meu pai escolheu para pintá-lo realmente não me agradava. Olhei pra frente. Vi a Tv desligada. Ao ampliar meu campo de visão,vi aquele porta retrato. Olhar aquela foto fez meu estômago embrulhar. Como um trailer,passou tudo na minha mente. Parece um clichê,mas eu realmente vi a minha vida passar pelos meus olhos. Quando isso aconteceu,ao lembrar dele,não via seu rosto. Era apenas um esboço. Só ouvia sua voz. Dizendo o que eu mais temia.- Chacoalhei a cabeça,na tentativa de tirar a voz de minha cabeça. Pareceu funcionar. Por enquanto. Levantei. Olhei pro chão,e vi aquela garrafa. Uma das muitas que eu consumi nesse tão curto tempo. Que pareciam durar anos para mim. Abri a porta temerosa do que eu poderia encontrar.
- Mãe? - Minha voz soou mais carinhosa do que eu pretendia. Afinal,esse termo nem deveria ser empregado a uma mulher que fez o que fez comigo.
- Jane? Minha filha? - Ouvi os passos apressados que eu tanto conhecia vindo pelo corredor. Fui surpreendida por um abraço. Mas uma vez me senti viva. E eu não gostava disso.
- Você acordou,graças a Deus! Você quer matar sua mãe do coração?
- É mãe - Quanta hipocrisia de minha parte a chamar de mãe. Mas não era maior que a dela. Ela realmente fingia se importar comigo. - Cadê o papai?
- Seu pai..é..
- Diz logo. Você sabe que eu não tenho paciência pra enrolação.
- Desde que vem acontecendo o que acontece com você,ele voltou a beber.
- O que? - Não,meu pai não. Meu pai era a única coisa que eu me importava. E ele..o cara do porta-retrato. - Eu sou a alcoólatra aqui. Meu pai não podia ter feito isso! Ele tá aonde? No bar?
- Você ainda sente orgulho de dizer isso,garota? É,está. - Haha. Sabia que uma hora o lado desprezível e debochado da minha ''mamãe'' iria aparecer.
Fui caminhando pela porta da cozinha e saí. Nem me importei com as roupas que eu vestia.Ainda estava com o mesmo jeans e camiseta que estava quando tudo aconteceu. Como disse,nem me importava. Eu só queria sair dali e escapar do sarcasmo e hipocrisia da minha mãe.
Virei o quarteirão. Olhei pro lado e vi a casa da minha melhor amiga, Jullie. E vi também um carro parado na porta. Não. Não era o carro dele. Pode ser coincidência. Existem vários Hyundais i30s pretos aqui. Mas não existem várias Hyundais i30s pretos com o adesivo do Clube de Hipismo. Era ele. O que ele estava fazendo ali?


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Então dormi. Já era 2 horas da manhã. Eu ia acordar pra ir a escola 5h30. Quem sabe o desfecho da história não precede meu sono hoje a noite..Se acontecer,continuo a história aqui. Muito obrigada a quem lê meu blog!   M.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Espelho,espelho meu.

 Não sei se acontece só comigo. Mas existem espelhos que me deixam mais bonita. Então,eu começo a pensar..será que realmente o que você vê no espelho,de fato é o que as pessoas vêem? Ou será que é parecido com a voz,na verdade o que a gente escuta,não é o que os outros escutam?
Me peguei pensando nisso quando descia o elevador e via o meu suposto reflexo.Será que era o que iam ver enquanto eu andava pela rua? Eu ia pensando nisso quando me deparei com um carro. Olhei o meu reflexo na janela do carro. Eu estava diferente. O carro me deixava mais bonita,mais viva. O que seria,a iluminação precária do elevador? O modelo do carro? Ou apenas minha tão deturpada mente?
Então,tirei isso da cabeça e continuei meu curto trajeto até o curso. Ia pensando em outras coisas,e então,enquanto atravessava a rua e lia o novo letreiro do mercado,me veio como um estalo. Na verdade,não são os espelhos que prendemos nas paredes,e os que vemos em lojas que são os verdadeiros espelhos. Os verdadeiros espelhos são os que transbordam,os que até mesmo sorriem,os que encantam,sem precisar de nenhuma magia importada de um Conto de Fadas. Os verdadeiros espelhos são nossos olhos.
Pois é por eles que vemos o que queremos ver. Nossos olhos são espelhos da nossa alma. É por eles que alguém consegue ver se estamos bonitos ou feios,mesmo que seja por dentro.
Então,espelhos  feitos pela deposição de vapor de alumínio sobre uma superfície não me interessam. Eu quero espelhos reais. Eu quero me sentir bem ao olhar nos olhos de alguém,não na janela de um carro.